terça-feira, 30 de junho de 2009

Tomar ou não tomar? Eis a questão!

Bom, tinha acabado de escrever algo bem corajoso sobre esse momento pelo qual estou passando, mas acho que foi corajoso demais, então resolvi apagar tudo e recomeçar.

Mas para não deixar ninguém curioso, vou contar sobre o que era. Mas vai ser bem rapidinho pra culpa não me corroer por muito tempo, ok?

Era sobre o quanto me dá medo parar de tomar remédio, das sensações que neguei por três anos, pela anestesia que fazia eu parecer viva e sobre o efeito da anestesia passar e eu deixar as coisas um pouco pra lá.

Nossa até isso já é difícil de escrever, ui, dói.

Mas eu sei que essa sensação não vai durar muito tempo, não é possível que dure, senão já tinha voltado as drogas e não estaria tão firme nessa decisão. Então só basta eu acreditar em mim.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Relato

Pois é. è bem mais difícil tornar fatos simples em interessantes quando não se está com muita inspiração, então vou fazer um simples relato.

Sexta conturbada, misturada com choros, culpas, palavras que não deviam ser ditas e total falta de controle sentimental.
Sábado quase uma reprise de sexta com a diferença que de que fui a terapia e a noite fui assistir a um peça de uma amiga com a mesma roupa que fui na terapia porque não deu tempo de passar em casa, sem maquiagem e me sentindo muito feia, em um lugar que só tinha gente bonita e bem arrumada, sinceramente não sei se não dar uma forcinha pra auto estima ajuda no tratamento. Mas tudo bem, sobrevivi, recitava um mantra na minha cabeça, "sou atriz e por isso sou excêntrica, ao contrário de vocês, todos almofadinhas". Não adiantou nada, como queria estar de meia vermelha e bem maquiada.
Domingo normal, tranquilo e com pensamentos nada tranquilos, o que torna meu dia normal.
Ah vomitei na madruga. Já li que isso pode ser abstinência, nada grave perto do que passei no começo do tratamento de parar o remédio. Mas a dor no estômago anda me irritando.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Trabalhando a minha raiva (quase ódio)

#@$%%%%@!@#¨¨&**!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E muito mais, já que não quero abaixar o nível não vou falar todos os palavrões que anseiam sair da minha boca.
Mas que merda como as coisas ficam mais difícil sem remédios, não estou tendo crises de abstinência, mas não lembro de ter tido tantas crises emocionais nesse últimos três anos. Mas tenho que ser forte, porque essa vontade é só momentânea, porque realmente assumi que não preciso de remédios então não preciso, mas confesso que ando um pouco mais introspectiva, com dificuldades em assumir algo na minha profissão. mas também olha que profissão eu fui escolher, é muito difícil, é um emprego por dia de um dia. Ou se vou ensaiar uma peça é uma necessidade pessoal de que ela fique pronta de um dia para o outro, senão parece que a coisa não flui. Tenho sentido as pessoas bem mais egoístas também. Ou isso é coisa da minha cabeça? Ui de novo, será que sou doida, estou escrevendo coisas desconexas, falando tudo de uma vez ou será que que é só uma nessecidade de cuspir minhas sensações? E já que minha sensações estão mais intensas porque parece que as ruins são mais fortes, será que sou pessimista? Ou comodista, se eu ficar triste, não tenho a obrigação de ir trabalhar. Nossa e nesse meio existe uma frase muito comum: Não faz isso, toma cuidado pra não se queimar. Fod...-s... se eu me queimar. Fod....-se. Ando com muita raiva reprimida, minha terpeuta diz que eu não consigo liberar minha raiva. Então vou apelar para listinha:

a) Ai que raiva daquela idiota loira que estava de fiscal "cuidando" da figuração no meu último trabalho. Da cara dela de idiota respondendo enquanto eu perguntava do meu acréscimo de dos 30% se passasse as 12horas da diária: Não sei de nada, só tenho o cachê combinado. Eu: Ok então assim que der o horário saio do meio da gravação e você que me dê meu dinheiro. A idiota: Não sei de nada. Nossa que ódio, que vontade de quebrar a cara azeda e ridícula dela tentando impor posição quando ela estava morrendo de medo. UIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

b) Nossa Até esqueci, acho que liberei mesmo minha raiva, ah lembrei: Um agência de evento queria me propor um trabalho de 12 horas por quarenta reais o dia sem condução ou alimentação, vê se pode? Eu tenho um diploma, fiz quatro anos de faculdade.

c) Ai Caral.... eu não uso a por.. do meu diploma, tudo que eu falo uma pessoa qu não estuda pode fazer como eu sou idiota estudei pra quê?

d) Put... que par... não sabia que o dinheiro ia demorar tanto pra entrar no meu porquinho.

e) Tenho vontade de dar aula, mas desde meu primeiro dia d aula tenho horror a instituição escolar?

E agora?

Ufa!!!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Rrrrrrrr...

Pois, é, esse diário era só pra eu escrever coisas engraçadas e rir de mim mesma, uma espécie de terapia. mas acontece que em vez de vontade escrever coisas engraçadas para que eu possa rir, eu estou morrendo de vontade de dar um soco na fuça de alguém. Mas especificamente de um coleguinha que tive na infância, que eu vivia na casa, porque minha mãe pensava que eu gostava dela e queria brincar, quando na verdade ela era má, e fazia eu me sentir feia, chata e irritante (Não que eu não era).

Fui ao psiquiatra e... EBAAAA! Não vou usar mais antidepressivos, fiquei muito feliz e muito confiante. Ele pediu pra que na próxima consulta eu contasse sobre meus sonhos, mas eu não consigo lembrar de nenhum quando acordo. Preciso dar vazão as minhas fantasias, em vez de querer respostas prontas para tudo que eu vivo, sair um pouco do concreto e talvez eu consiga me ajudar não reprimindo tanto meus sentimentos e querendo ser perfeita. Pois é tenho esse defeito detestável que é o perfeccionismo. E não querendo ser perfeita mas eu gostaria muito de lembrar meu sonhos para contar ao psiquiatra e dar continuidade ao tratamento.

Hoje estou irritada e com vontade de quebrar a cara de um monte de gente. Então vou parar por aqui e no próximo capítulo e conto sobre o meu desejo que era oculto de quebrar a cara da minha coleguinha (será que essa raiva é saudável?).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Excesso

Difícil, tranquilo, paz, triste, sorridente, magoada, ofendida, amada, amando. É quase tudo isso que se passa em um dia de Ana. Essa semana aconteceram muitas coisas a mesmo tempo, coisas maravilhosas outras bem doloridas, acredito que seja até normal esse turbilhão de sensações. Mas a verdade é que esses sentimentos não surgem só quando ocorrem os turbilhões, mas também em dias aparentemente calmos.

Mas vamos começar por onde eu gosto, pelo começo: Ganhei um ingresso para assistir A Bela e A fera no camarote. adivinhem seu fui? É claaaaaro que não. Porque senti medo de ir sozinha e ter um surto psicótico e e culpa por não levar minha mãezinha que permite que eu a belisque, morda (tá certo que ela revida, mas só as mordidas), que me ouve chorar compulsivamente e está sempre presente. E só não comprei outro ingresso no camarote porque seria equivalente a uns quatro trabalhos bons de figuração e acontece que esse mês só trabalhei duas, pelas minhas contas não dava, então não fui. Mas olha como é engraçado porque eu acho que esse negócio de doidera é hereditário porque eu comprando dois ingressos pela plateia simples é mais barato que um camarote e minha mãe por culpa de eu gastar não quer aceitar meu presente, vai entender!
Chorei porque queria ir, e porque não queria ir sozinha e porque não tinha dinheiro e se tivesse minha mãe não ia aceitar, ufa. Doidera mesmo.

Mas isso não é bem doidera não, isso na verdade se chama problemas financeiros.

Estou começando a enfrentar meus fantasmas. Mas vou me limitar só a essa simples frase sem me aprofundar porque são muitas coisas e hoje embora eu realmente acredite que estou mais corajosa, quero ficar um pouco quietinha com o meu turbilhão de sensações.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A vítima

Tenho pessoas lindas em minha volta que sempre se tornam vítimas do meu momento loucura. Ontem foi a vez do Daniel, meu namorado. Poxa como ele sofreu. Comecei a chorar compulsivamente enquanto jogavámos vídeo game. Ele literalmente foi uma vítima eu chorava e ele inutilmente tentava me acalmar, "Deita desse jeito. Conversa comigo. Respira fundo. Entre outras coisa" Eu só chorava e dizia não quero! Não Quero! Não! Igualzinho a uma criança birrenta e chata que quer comer o chocolate antes da janta. Só que foi ficando um pouquinho pior, quando comecei a apertá-lo e acho que até cheguei a machucá-lo e quando ele pedia calma eu dizia que queria quebrar o dedão do pé (porque especificamente o de não eu não sei, algo muito complexo a ser explicado). Até que minha mãe chegou e gentilmente ofereceu seu braço " Filha você quer me beslicar?" Eu recusei, achei que seria abuso da minha parte aceitar. Depois de muito chorar resolvi tomar remédio pra dormir, porque ontem de verdade eu desejei tomar o antidepressivo, ontem eu queria eu precisava eu me desesperei por um. Só passou porque eu dormi.

Mas hoje quero me dar o direito de um momento auto piedade: Tem momentos que parece que meu coração bate fora do meu peito, e isso me deixa vazia, é um sensação estranha e confusa, eu não gosto, e tenho vontade ficar quietinha. Tenho vontade de me encolher num cantinho e chorar , só chorar.
Ainda no momento auto piedade (agora acho que realmente terão dó de mim), eu estava tendo um dia muito gostoso como babá de uma criança que eu amo, mas parecia que tinha algo triste, algo errado e como diz mo madre, é como se fosse uma música de fundo, mas a música era muito triste.

Chega agora vou provar o quanto sou forte. Hoje a noite ainda não surtei e pelo jeito que estou julgo que não vou surtar, vou tomar um banho bem quentinho e dormir o sonho dos justos e ex-drogados.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vontade de Viver

É engraçado que minha vontade viver fez com que eu tivesse vontade de parar, é engraçado como a vontade de viver torna-se quase um esforço quando você tenta parar com as drogas.

Enfim, embora hoje eu tenha trabalhado em um evento muito bacana, estou me sentindo feia, chata e mal amada ( fico perguntando para os meu pais e meu namorado toda hora se eles me amam), acho até a Helga (minha cachorrinha castrada mais atraente que eu).

Antes eu queria fazer um comentário, ou uma manifestação, ou uma exclamação, ou simplesmente uma opinião. Fico besta quando falo para as pessoas que parei de tomar remédio e elas se identificam e falam "Nossa também passei por isso". Eu não sabia que tinha tanta gente louca que nem eu. Mas sabem o que é pior, quem tem gente que não é tão louca, pelo menos não para o padrão da anormalidade, porque até a anormalidade tem um padrão, passou disso, putz já era, toma remédio. Mas todo esse comentário é para dizer que antes de eu parar eu estava desesperadamente tentando trocar de psiquiatra e a consulta mais próxima era com uma espera de dois meses. Ainda bem que tenho meu pai e meu pai é uma pessoa querida que tem muitos amigos, logo pude recorrer ao meu mais novo e querido psiquiatra (nesse eu realmente confio).
Voltando, logo se a espera era em dois meses imagina a galera que tem medo dos seu próprios sentimentos? O mundo está usando drogas lícitas porque está na moda. Já li várias reportagens e um farmacêutico disse pra minha mãe que nunca viu, antidepressivo sair mais que analgésico como nos dias de hoje. Ou seja o Antidepressivo virou analgésico da mente. Uau, fiquei bege.

Hoje além de contar como tem sido as minhas crises de abstinência, quero esclarecer o quanto é importante confiar no médico. besta que eu fiquei tanto tempo com os outros dois que me entuchavam de remédio e nunca sabiam como eu realmente tava ( o estado patológico). Resumindo tive três psiquiatras antes desse atual. O primeiro conversava muito comigo e nunca direto ao ponto "Como vocês está se sentindo? Você chora muito? Está triste? Está feliz?" Ele conversava me contava fatos da vida dele (até hoje me pergunto se era fictício ou não?), até chegar onde ele queria sem eu perceber que a consulta já tinha começado. o segundo tem futuro, mas ainda sim ele era um pouquinho mais direto. O terceiro então, nem olhava pra minha cara e já na segunda consulta aumentou minhas doses em cinquenta porcento. Agora esse último conversa bastante, demorou pra eu perceber que já estava na consulta, até que eu chorei por causa da nossa conversa.

Fiz um grande descoberta, quanto mais o psiquiatra conversar e você achar que ele está falando um monte de coisas sem sentidos, mais ele sabe e entende da profissão.

Agora vamos a parte que interessa e mais engraçada: as crises de abstinência. Tem quer engraçado porque senão eu deito na minha cama quentinha e choro.

Tenho sentindo um formigamento na cabeça, parece uma brisa, quando eu pisco parece que os movimentos ficam mais lentos, chega até ser bacana, Pareze q'eu tzô bebinha. Mas isso só acontece a noite. Bebo água adoidado cerca de quinze copos por dia. E é muito engraçado porque se eu com muita fome eu penso que é a falta do remédio, seu eu sem fome também, se sem fome também, se estou com muita sede também, se estou irritada então. Ou seja esqueci que tenho uma personalidade e um corpo como qualquer outra pessoa. Mas as vezes eu lembro e seguro a onda. Mas a noite é muito ruim, vou tentar dormir cedo todo os dias, porque ontem eu além de querer correr e gritar, beslicava a minha mãe pra passar (sem maldade). Choro sem pudor a qualquer hora e momento. Já falei que sinto muita sede? Pois é, parece que a água que bebo não mata minha sede. Mas sabe que eu acho que não está tão ruim assim? Tá até tranquilo, tirando o fato que ontem fiquei com muita vontade de tomar um dos meu queridinhos, mas passou graças a Deus, a minha mãe e a um vestido comprado com o qual foi pago com um dinheiro que não tenho (detalhes, são só detalhes).

Hoje estou bem irritada e é jogo do Corinthians, se ele não ganhar vou ficar puta e colocar a culpa de qualquer crise nele. Eu prometo que vou tentar não colocar culpa na falta dos remédios. Só hoje. Meu nome é Ana e faz 18 dias que não uso drogas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nossa é difícil mesmo

Antes eu xingava os ex-drogados que paravam de se drogar e iam fazer palestras, achava completamente hipócrita, hoje não penso mais assim, porque é muito fácil começar, mas parar exige muita força de vontade.

Realmente é um processo muito árduo pelo visto, passou Sábado, o dia seguinte do meu primeiro distúrbio oficial e fiquei até bem. O máximo que tive foram tonturas (mais), taquicardia e dor de estômago, mas desde que comecei de parar de tomar o remédio meu estômago tem doído muito, isso quando não fico com dor de barriga que é quase todo dia.

Mas antes disso, queria contar um pouquinho mais de como embarquei nessa história. Eu lembro que na minha primeira visita ao psiquiatra ele me pergunto: Você já usou drogas, eu respondi que não, então ele disse: "AGORA VOCÊ VAI COMEÇAR A TOMAR SÓ QUE COM DIFERENÇA DE QUE ESSAS SÃO LÍCITAS." Não me impressionei nem um pouco com essa frase, só estava ansiosíssima para ser uma nova pessoa. Demorou alguns bons dias para que eu começasse a sentir os benefícios do remédio. Mas com o passar dos meses fui me sentindo cada vez mais segura e muito mais leve, sem falar que emagreci bem uns dez quilos, porque parei de comer doces como uma louca (segundo meu psiquiatra eu tentava saciar minhas dificuldades através de alimentos gordurosos, isso me rendeu uma bela celulite e quem disse que eu não viciada, afinal 100 gramas de chocolate por dia não é pra qualquer um), enfim estava muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito feliz.

Tive alguns poréns, que não eram bem meus, alguns de meus amigos começaram a me achar estranha e muito chata, mas relevei isso e peneirei alguns porque eu estava feliz e se o fato de estar feliz incomodava não queria, porque eles realmente não estavam preocupados de eu estar tomando remédios forte, mas os que estavam faziam mil perguntas do tipo: Você fez exame de sangue, neurológico, então como você sabe que seu problema é químico, menti, para não ter encheção: "Claro que fiz, todos os exames, tudo certinho, vi quais eram os problemas e realmente eram problemas que só o remédio resolvia. Mentira feia, feia mesmo, porque acredito que não tenha outra forma de um psiquiatra diagnosticar senão através de examos clínicos. E quer saber o primeiro profissional com o qual me tratei cerca de um ano, era ótimo, conversava muito, jogava questões que hoje percebo que eram espécies de pegadinhas para ele saber realmente qual era o meu estado. Agora os outros dois, foi dose, mal olhavam pra minha cara se bem que o segundo tentou trocar algumas vezes o remédio de dormir.

E agora estou no quarto psiquiatra que está me avaliando para parar. Ele me parece muito com o primeiro, olha, conversa, deixa eu falar, me olha, fala, filosofa, ele é muito bom, pelo menos é o que preciso agora.

Agora voltando a abstinência, hoje eu não sei se estou sendo muito clara, mas é que acabei de sofrer o que acredito ser outro distúrbio, minha mão está doendo, resultado de um soco no guarda-roupa (está até roxo). Minha cabeça dói, chorei muito e estou rouca, gritei bastante. Estou triste e envergonhada, mas espero que passo acredito que passe, senão tinha corrido para os meus queridinhos antidepressivos que ainda não joguei fora (vai que eles podem ser úteis).

Ah observação: Parei de digirir, porque quase bati o carro na quinta, estou com algo estranho na minha visão, parece que sofro com excesso de informação, é difícil de explicar, meu estômago dói muito e não é raro quando tenho que ir correndo pro banheiro.

Mas tenho certeza que isso vai passar, antes tinha um prazer enorme em ter meus remedinhos no ingerido religiosamente e de uma hora pra outra quis parar, não deve ser a toa, ?

sábado, 13 de junho de 2009

Como tudo começou

Devo confessar que o título do blog é só para chamar atenção porque tenho certeza de que não me esforço em nada para ser uma pessoa normal. Tentando evitar clichês de que ninguém de perto é normal vou resgitrar em alguns ítens o que me faz mais anormal.

a) Sou cômoda e adoro estabilidade, só que escolhi a profissão de atriz que além de ser super instável, me faz levantar todo dia pensando como será a nova jornada.
b) Antes escolher que faculdade fiquei muito tentada a fazer gastronomia em busca de estabilidade (obs: detestava comer).
c) Acreditar que fiz algo realmente normal, porque todo mundo na vida moderna faz, em tomar remédios antidepressivos e ansiolíticos (remédios para dormir).
d) Estou parando de tomar remédios, pelo menos o antidepressivo, não tem nada de errado em querer dormir uma noite inteira.

Resolvi escrever como espécie de terapia e para descrever o meu processo de desintoxicação, penso que deve ser bom contar ao médico como me sinto sem remédios.

Faz aproximadamente três anos que comecei com as drogas. Depois da primeira viagem a trabalho fazendo uma propaganda teatral com bonecos pelo Sul e Sudeste do País, cheguei em São Paulo com a sensação de dever cumprido e muito feliz de ter conseguido ficar nove semanas longe do meu pai e da minha mãe sem sofrer horrores com síndrome do pânico (essa doença foi muito presente na infância e adolescência). Mas quando voltei, voltei pior e com mais medo, tristeza profunda e ás vezes uma euforia inexplicada, acompanhada de vontade gritar, pular no sofá e esmagar meus cachorros, olha que coisa voltamos a instabilidade. Tive uma crise intensa de medo quando desmaiei segundos antes de entrar no palco. Percebi que tinha algo errado. Antes de estrear a próxima peça procurei um massagista aconselhada pela minha ex-chefe para tentar dormir (ela tinha percebido o tamanho das minhas olheiras). A massagem foi ótima, mas ele foi categórico: - O seu problema é químico, você precisa se abrir para o mundo, você deve ver tudo em preto e branco - E não é que ele matou a charada? Fui a um psiquiatra muito bom que conversava muito comigo e me deu dois tipo de remédio. Depois de algumas semanas estava vendo o mundo colorido muito feliz e brincalhona, mega sociável. Todos no trabalho gostavam de mim, diziam que eu era a estagiária mais engraçada e muitas vezes diziam que eu era o máximo. Adorei o remedinho. Passei a fazer apologia aos benditos remedinhos. Fiz um papel ótimo na peça e fiz com muita segurança. Enfim depois de uma longa e feliz jornada com remédios, decidi parar, quando comecei a mudar de médicos e perdi a segurança.
Depois do último médico esquecia de tomar o remédio várias vezes e muitas vezes só lembrava quando começava a sentir uma espécie de mal estar.

Enfim decidi parar. Parei a cerca de duas semanas e fui ao psiquiatra só depois para ele não me desencorajar, fui em um amigo do meu pai, que conversou muito comigo e disse para eu voltar com ele daqui duas semanas sem tomar remédio para ver como eu ia me portar. Fiquei feliz.

Ontem tive a minha primeira crise de abstinência, estava dentro do cinema e comecei a sentir cansaço muscular misturado com dor muscular, foi horrível, minha juntas doíam, tudo doía, minha cabeça girava, sai do cinema liguei para o meu pai enquanto o Dani (meu namorado) me escoltava e me protegia dos funcionários do cinema que queriam que eu saísse do chão ou que eu fosse atendida pelo bombeiro. Meu pai tem um poder incrível de me acalmar e mesmo em crise ele conseguiu, fiquei bem melhor embora a dor continuasse. Consegui superar e fiquei muito orgulhosa de mim.

Segundo meu pai tive um distúrbio neuro vegetativo, que nome assustador. Espero que não aconteça de novo.
Este blog é para registrar os meus dias sem o remédio para me encorajar a ficar sem ele. Espero que eu consiga e que amanhã não tenha muitas novidades estranhas sobre a abstinência