quarta-feira, 6 de maio de 2015

Minha bebê

  Minha filha está prestes a completar um ano, é uma vontade de viver inacreditável, nunca vi igual. Tudo quer aprender, tudo quer explorar e se suas mãos ou suas pernas não obedecem seu comando já demonstra sua frustração através de longos gritos (que mais parecem uivos).
   Como muitos sabem sofri um aborto na primeira gravidez. Foi uma das piores sensações da minha vida.  As vezes quando lembro disso, penso como minha mãe suportou 3 abortos?  Dois antes do primeiro filho.
Eu me sentia tão magoada, tão triste, principalmente com as pessoas que me aconselharam a não contar minha gravidez antes do primeiro trimestre. Eu não queria olhar na cara delas, como se fossem culpadas, como se elas tivessem provocado isso para que eu aprendesse a “lição”, quando via ou conversava com mulheres grávidas ou com seus filhos recém-paridos eu não conseguia compartilhar da sua felicidade, sentia como se estivessem esfregando sua felicidade na minha cara e dizendo em alto e bom som: “Você não foi capaz”. Só conseguia participar da felicidade de quem já tinha sofrido alguma vez como eu.  Olhava nos fóruns e site de gravidez e ali percebi como as pessoas podiam ser inconscientemente cruéis, quando comentavam: “ Nossa ainda bem que ouvi o coração do meu bebê bater com 5 semanas” ou “Calma, dará certo da próxima vez”.
  Foi difícil perder o saco gestacional, foi difícil aceitar, foi difícil ver que a vida das pessoas continuavam do mesmo jeito mesmo a sua estando despedaçada. Foi difícil engravidar a segunda vez e ficar com medo de respirar um pouco mais fundo, sofrer um sangramento e pensar que tudo estava se repetindo, foi difícil esconder até as 16 semanas se completarem. Foi difícil falar que a gravidez não era tão divertida assim e sentir olhares repressores dizendo o quanto eu era ingrata e que eu não aprendi a lição perdendo o primeiro bebê. Foi difícil pesquisar sobre parto, anestesia, alimentação, veia cava. Foi muito difícil minha filha entrar em sofrimento fetal nas 40 semanas de gestação, com uma semana e meio de trabalho de parto e ainda decidir se esperava para tentar normal (não aguentava mais fazer cardiotografia todo dia e ouvir os batimentos da Elena diminuir) ou cesárea. Foi tudo absolutamente difícil, mas hoje quero dizer que eu sobrevivi a essa aventura toda e superei tudo isso.
  A Elena vai fazer 1 ano dia 23 de maio e nunca fui mais feliz com uma menina-furacão que teve cólicas os três primeiros meses inteiros, teve seus primeiros dentes aos 4, largou a chupeta aos 8 e deu seus primeiros passos aos 9. Quanta coisa linda você já viveu e quanto amor já nos proporcionou em tão pouco tempo de vida.

Esse é o meu ponto final ao sofrimento e meus três pontinhos para a felicidade!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Ok, depois de tanto tempo sem escrever e muito relutante decidi escrever minha primeira postagem pós-trinta anos.

Primeira informação - Sem remédios há mais de 18 meses.
Segunda informação - Como todos sabem minha bebê está com oito meses.
Terceira informação - Quando sentei para escrever ia desabafar como foi o fim da primeira gravidez e o começo da nova. Mas acho que são cenas muito fortes na minha cabeça que não estou disposta a reviver.

Só sei que agora estou de verdade limpa, recomeçando de verdade. Meus remédios para dormir são no máximo um passiflora. Quando comecei os remédios, jamais me imaginava sem eles. Foi tudo que eu precisava depois de longos anos com síndrome do pânico e insônia, ah... Como parar? Pois é parei e na segunda gravidez não quis nem correr o risco de tomar remédio. Tá certo que as vezes me falta o bom humor a minha simpatia (que já foi habitual), mas daí olho pra carinha da Elena e fica tudo certo.

Nem tudo são rosas, mas nem um quinto é escuridão.