domingo, 3 de março de 2013

Momento difícil

Poucos sabem, mas estou vivendo um momento bem difícil, as vezes acho que estou me expondo um pouco mais do que devia ao fazer estas postagens no blog, mas realmente tenho a ilusão de que isso além de terapêutico, faz com que algumas pessoa com problemas semelhantes não se sintam a bolacha esfarelada do pacote.

Estive grávida e e parei abruptamente os meus remédios, a sensação da abstinência foi uma sensação semelhante ou pior a síndrome do pânico, eu parecia um zumbi e mal conseguia terminar uma frase que começava, entender o raciocínio de alguém me parecia algo impossível. Queria viver a linda alegria que todo mundo sente ao descobrir que está esperando um bebê, só que minha concentração maior era eliminar essa sensação de abstinência e evitar o pânico. Ok, passaram-se os dias, diminuíram-se as crises, tanto de abstinência quanto de pânico. E quando eu estava começando a me concentrar em algo tão emocionante recebo um balde de água fria em pleno inverno russo. Tive uma gravidez anembrionada. O embrião não se desenvolveu, sofri três vezes, na primeira ultrassonografia em que não vi nada a não ser o saco gestacional, na segunda US, depois de um sangramento e na terceira, que ainda me restava uma esperança, mas foi confirmado a gravidez anembrionada. Foram duas semanas de esperança e tristeza.

Depois dessas notícias voltei ao psiquiatra que disse que estava com um quadro depressivo ansioso e que deveria voltar a tomar remédio, no mesmo dia fui a uma homeopata na esperança de evitar tomar os remédios e, ela em uma consulta de dez minutos usou o mesmo diagnóstico do psiquiatra e de uma homeopata que eu havia ido 15 dias antes (a primeira disse que estava em um estado grave de ansiedade e depressão e que precisava de calmantes para me auxiliar), só que ao conversar com a segunda disse que tinha achado a primeira muito catastrófica e que eu não acreditava estar tão ruim. Ela com a delicadeza de um troglodita me respondeu, Vou te dizer a verdade, você não está bem e a homeopatia não faz milagre, pede para o seu psiquiatra um calmante. Saí de lá pior do que entrei. Tenho certeza que nem foi levada em consideração a minha gravidez interrompida.

Resumo da ópera, estou com duas receitas, um antidepressivo e um receita homeopática não comprei nenhum. Sempre fui a favor da felicidade independente se com remédios ou não, mas hoje eu realmente penso se preciso dos remédios ou preciso me descobrir. O período de abstinência foi pior que qualquer pânico e não quero passar por isso de novo.

Hoje estou com três pessoas que estão me auxiliando em tudo que preciso, meus pais e meu marido, eles estão sempre de prontidão. O Daniel me impressiona pelo fato de que ele não precisa passar por isso e as vezes sinto muito culpa de ele ver minhas crises de pânico, mas em vez de ficar bravo quando ligo a televisão pra me distrair da minha mente, ele acorda e pergunta se eu quero dar uma volta de carro pra ver as ruas.

Sinto culpa pelos meus pais sofrerem junto, mas eles estão vendo o meu progresso e sei que isso os está fazendo feliz também.

Nenhuma dos médicos levou em consideração, os meus problemas no momento, já me diagnosticaram como uma "doença avançada" e se esqueceram do período de abstinência, da gravidez anembrionada e tudo mais.

Tenho certeza que não estou tão mal assim e vou continuar procurando um bom homeopata que acredite na sua profissão, se um dia eu tiver que voltar a tomar remédios alopáticos, voltarei, mas antes vou tentar me descobrir.