domingo, 14 de maio de 2017

Velho amigo

Anos e anos sem remédio. Em um descuido de medo intenso ao entrar em um avião de hélice, entornei meu velho companheiro clonazepan. Você querido amigo me permitiu que viajasse tranquila e sem medo, permitiu que eu curtisse a viagem. Depois de uma apresentação da qual não me senti inteira, foi você quem me tranquilizou e disse que estava tudo bem, que nada era tão grave. Dias foram se passando e cada susto ou cada situação um pouco mais incômoda pode dizer estou aqui e sou seu grande companheiro e ombro amigo.

Passei por dores inimagináveis em meu corpo e você me pode fazer deitar a noite e dormir, mesmo sentindo tamanho receio sem saber se poderia atuar novamente e essas dores não tinham nome e nem motivo para estarem lá.

Pois bem, depois de meses, luto para passar uma noite sem você. Amigo, sinto lhe dizer mas você é muito insistente e não sabe seu limite, me dê um tempo, preciso respirar. Já não sei mais resolver meus problemas sozinha. E a cada dia eles tem se tornado mais pesados, não sei se por excesso de você ou por falta de mim.

Não te aguento mais, por favor vá embora.