segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um tanto piegas, mas sincero

Não sei exatamente o que quero escrever, só sinto uma vontade quase que inevitável de vomitar as minhas angústias.

Os remédios alopáticos tem sem tornado algo cada vez menos frequente na minha vida e tenho me orgulhado disso, tenho descoberto sentidos em mim que nem lembrava mais que existiam. Mas creio que ainda estou em estado de limpeza, porque tem momentos em que me sinto um pouco ausente de mim mesmo. Muitas vezes ainda procuro a distração em algo totalmente fora da minha realidade para me sentir bem, como um desenho animado ou um filme hollywoodiano.

O teatro com a sua sempre função dialética, me deixa tranquila e destabilizada.

Tomo um calmante duas vezes por semana pelo menos para dormir a noite inteira essas duas vezes. Tenho estado muito cansada ultimamente e por isso as coisas acabam perdendo o brilho e esse cansaço me traz o pânico, e o pânico me traz tristeza e assim vai.

Hoje tomei calmante não no dia em que eu podia, mas hoje eu precisava. E hoje fiquei triste porque me rendi, porque me senti vencida. Mas sim, foi só hoje porque a minha vontade de lutar está latente, acho que nunca senti isso. Sempre fui irônica nas minhas postagens porque sempre tive medo de mostrar minhas fraquezas, mas hoje estou me sentido forte porque não quero mais uma vida pela metade. Quero uma vida inteira e sem culpa. E sem remédios.

Eu me quero por completo e escolho viver, acho que nunca disse isso e minha mãe mais do que ninguém sabe que eu nunca disse isso. Mas essa é pra mim e pra vocês que acompanharam longos anos de síndrome do pânico. Eu escolho VIVER.

domingo, 3 de março de 2013

Momento difícil

Poucos sabem, mas estou vivendo um momento bem difícil, as vezes acho que estou me expondo um pouco mais do que devia ao fazer estas postagens no blog, mas realmente tenho a ilusão de que isso além de terapêutico, faz com que algumas pessoa com problemas semelhantes não se sintam a bolacha esfarelada do pacote.

Estive grávida e e parei abruptamente os meus remédios, a sensação da abstinência foi uma sensação semelhante ou pior a síndrome do pânico, eu parecia um zumbi e mal conseguia terminar uma frase que começava, entender o raciocínio de alguém me parecia algo impossível. Queria viver a linda alegria que todo mundo sente ao descobrir que está esperando um bebê, só que minha concentração maior era eliminar essa sensação de abstinência e evitar o pânico. Ok, passaram-se os dias, diminuíram-se as crises, tanto de abstinência quanto de pânico. E quando eu estava começando a me concentrar em algo tão emocionante recebo um balde de água fria em pleno inverno russo. Tive uma gravidez anembrionada. O embrião não se desenvolveu, sofri três vezes, na primeira ultrassonografia em que não vi nada a não ser o saco gestacional, na segunda US, depois de um sangramento e na terceira, que ainda me restava uma esperança, mas foi confirmado a gravidez anembrionada. Foram duas semanas de esperança e tristeza.

Depois dessas notícias voltei ao psiquiatra que disse que estava com um quadro depressivo ansioso e que deveria voltar a tomar remédio, no mesmo dia fui a uma homeopata na esperança de evitar tomar os remédios e, ela em uma consulta de dez minutos usou o mesmo diagnóstico do psiquiatra e de uma homeopata que eu havia ido 15 dias antes (a primeira disse que estava em um estado grave de ansiedade e depressão e que precisava de calmantes para me auxiliar), só que ao conversar com a segunda disse que tinha achado a primeira muito catastrófica e que eu não acreditava estar tão ruim. Ela com a delicadeza de um troglodita me respondeu, Vou te dizer a verdade, você não está bem e a homeopatia não faz milagre, pede para o seu psiquiatra um calmante. Saí de lá pior do que entrei. Tenho certeza que nem foi levada em consideração a minha gravidez interrompida.

Resumo da ópera, estou com duas receitas, um antidepressivo e um receita homeopática não comprei nenhum. Sempre fui a favor da felicidade independente se com remédios ou não, mas hoje eu realmente penso se preciso dos remédios ou preciso me descobrir. O período de abstinência foi pior que qualquer pânico e não quero passar por isso de novo.

Hoje estou com três pessoas que estão me auxiliando em tudo que preciso, meus pais e meu marido, eles estão sempre de prontidão. O Daniel me impressiona pelo fato de que ele não precisa passar por isso e as vezes sinto muito culpa de ele ver minhas crises de pânico, mas em vez de ficar bravo quando ligo a televisão pra me distrair da minha mente, ele acorda e pergunta se eu quero dar uma volta de carro pra ver as ruas.

Sinto culpa pelos meus pais sofrerem junto, mas eles estão vendo o meu progresso e sei que isso os está fazendo feliz também.

Nenhuma dos médicos levou em consideração, os meus problemas no momento, já me diagnosticaram como uma "doença avançada" e se esqueceram do período de abstinência, da gravidez anembrionada e tudo mais.

Tenho certeza que não estou tão mal assim e vou continuar procurando um bom homeopata que acredite na sua profissão, se um dia eu tiver que voltar a tomar remédios alopáticos, voltarei, mas antes vou tentar me descobrir.





sábado, 9 de fevereiro de 2013

30 dias

Olá pessoas,
estou de volta e com mega novidade. Parei de verdade de tomar remédios, de verdade, hoje faz um mês que estou limpa ( quem diria que um dia eu ia dizer que parar de tomar remédios é estar limpa, já que sempre achei a não tristeza e o não pânico mesmo que com remédio a própria limpeza). Ok, mas segundo os anônimos da vida posso dizer que estou limpa há exatamente um mês. Sim, tive algumas crises de pânico, sim tive alguns momentos doloridíssimos de tristeza  e sim tive crises terríveis de abstinência do qual eu achei que nunca ia me livrar. Tinha momentos em que achava que ia morrer de tanto chorar e que ia sucumbir e desaparecer da face da terra. Teve momentos em que mal levantava da cama com medo do meu dia. Tive momentos em que tentar sair de casa era um verdadeiro desafio e que sair porta a fora e voltar cinco minutos depois porque estava com medo era comum. As crises de insônias ainda estão sendo frequentes, durmo cerca de três a quatro horas por noite, mas tem noites que o sono vence e que consigo dormir até 5 horas.

Hoje eu realmente me sinto melhor, quando eu acordo não fico com vontade de dormir mais, acordo com uma certa disposição (não muita, porque não dá pra se ter tudo, né?), já consegui controlar algumas crises de pânico e quando a tristeza aperta fundo, choro horrores, leio futilidades, assisto desenho e vou dar uma volta a pé no bairro. Estou fazendo tratamento com acupuntura, cromoterapia e reiki, confesso que depois da primeira sessão de reiki cheguei em casa e dormi três horas.

Ah e não vou mentir, estou tomando um remedinho fitoterápico maravilhoso "Passiflorine", tem três componente calmantes que me auxiliam e muito, se não acho que essa três horinhas de sono não seriam possíveis.

Ops, quase estava esquecendo de contar, parei de tomar remédio, por causa de um bem maior, descobri há um mês que estou esperando um bacurizinho (bebê), ele já está com dois meses.